Renúncia inesperada de Pitta Gróz abala luta contra a corrupção em Angola


SAÚDE EM PRIMEIRO LUGAR 

O Procurador-Geral da República, Hélder Fernando Pitta Gróz, deverá formalizar nesta quinta-feira, 22 de maio, sua renúncia ao cargo, ao entregar pessoalmente a carta de demissão ao Presidente João Lourenço, no Palácio Presidencial.

A decisão é de caráter irrevogável e foi tomada por motivos de saúde. Segundo fontes próximas, Pitta Gróz enfrenta sérias complicações renais e deverá iniciar um tratamento intensivo de hemodiálise, que poderá ocorrer em Lisboa ou na cidade espanhola de Pamplona, onde há centros médicos especializados.

Nomeado em 2017, seu mandato estava previsto para terminar em 2026, quando atingiria o limite etário de 70 anos para o exercício da função. Sua saída precoce representa uma perda estratégica para o Executivo, particularmente no eixo do combate à corrupção, um dos pilares da governação de João Lourenço.

Apesar de manter uma postura de lealdade ao Presidente, Pitta Gróz era alvo de críticas e resistência por parte de sectores que se opunham a algumas orientações, como as investigações envolvendo a empresária Isabel dos Santos. Desde 2020, foi protagonista de uma ofensiva jurídica sem precedentes, com impacto internacional, ao liderar processos relacionados ao escândalo Luanda Leaks e à responsabilização de figuras envolvidas em esquemas de desvio de fundos públicos.

Com sua saída, ganha força o nome da vice-procuradora Inocência Maria Gonçalo Pinto como possível sucessora, embora ainda não haja qualquer confirmação oficial.

A renúncia de Pitta Gróz representa mais do que uma troca de liderança: abre um novo capítulo para o Ministério Público e coloca pressão sobre o Presidente, que perde um dos seus principais aliados na luta contra a corrupção.


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