Nacionalidade à venda: esquema ilegal cobra até 1,2 milhões Kz por documentos angolanos em Luanda


BIOLO DA NACIONALIDADE

Um esquema de corrupção envolvendo “mixeiros” e funcionários públicos está facilitando a venda da nacionalidade angolana em Luanda por valores que podem chegar a 1,2 milhões de kwanzas, segundo revelou uma investigação do jornal Expansão.

O jornal infiltrou-se em três lojas de registos da Direção Nacional de Identificação, Registos e Notariado, onde descobriu que esses intermediários atuam abertamente, oferecendo nacionalidade angolana — especialmente a cidadãos congolenses em situação irregular — em troca de pagamento e com a colaboração de funcionários do Estado.

A única exceção foi a loja do Kilamba Kiaxi, onde não foram encontrados sinais da atuação dos “mixeiros”. Nos outros postos, porém, a prática é recorrente: os intermediários abordam os cidadãos logo à entrada, oferecendo “processos rápidos e sem falhas”, mediante o pagamento antecipado de 50% do valor acordado.

Durante a investigação, observou-se que os cidadãos que chegam cedo e tentam seguir os trâmites legais são muitas vezes ignorados, enquanto os “clientes” dos intermediários têm prioridade.

Um dos “mixeiros” chegou a justificar a sua atuação dizendo: “É este dinheiro que sustenta a minha família.” A denúncia levanta sérias preocupações sobre a integridade dos serviços de registo civil e a vulnerabilidade do sistema à corrupção.


Enviar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem