PROTESTOS
A crise política no Nepal atingiu níveis alarmantes nesta terça-feira (9). Rajyalaxmi Chitrakar, esposa do ex-primeiro-ministro Jhalanath Khanal, morreu após sofrer queimaduras graves quando manifestantes incendiaram sua residência em Katmandu. Apesar de ter sido levada em estado crítico ao Hospital de Queimados de Kirtipur, não resistiu aos ferimentos.
A onda de violência explodiu depois da renúncia do então primeiro-ministro KP Sharma Oli, em meio a protestos contra a suspensão das redes sociais. Na última quinta-feira (4), o governo bloqueou o acesso a 26 plataformas digitais, incluindo Facebook, YouTube e X (antigo Twitter), o que gerou revolta na população de 30 milhões de habitantes, dos quais 90% usam internet.
Com o slogan “bloqueiem a corrupção, não as redes sociais”, os manifestantes atacaram residências de políticos, incluindo a do ex-primeiro-ministro Sher Bahadur Deuba, cuja esposa, Arzu Rana Deuba, ministra das Relações Exteriores, também foi agredida. O saldo já chega a 25 mortos.
Edifícios oficiais, como o Parlamento, o Escritório da Presidência e a sede do Tribunal Supremo, também foram incendiados, além de veículos de comunicação, como o grupo Kantipur. Diante do caos, o Exército pediu calma e moderação, apelando para uma solução pacífica por meio do diálogo político.