POLIGAMIA
Embora a poligamia continue a ser um tema controverso em Angola, os dados mais recentes do Inquérito de Indicadores Múltiplos de Saúde (IIMS 2023/2024) revelam que 10% dos homens casados ou em união de facto admitem ter duas ou mais companheiras. No entanto, a realidade pode ser mais ampla: 17% das mulheres casadas afirmam que o seu parceiro vive com outra mulher.
O estudo mostra ainda que 81% das mulheres dizem viver em uniões monogâmicas, enquanto 90% dos homens afirmam ter apenas uma esposa. A discrepância entre os dados masculinos e femininos sugere que a poligamia pode ser subnotificada pelos homens.
Nas áreas rurais, a prática é mais comum: 23% das mulheres declaram que seus maridos têm outra parceira, comparado a 14% nas zonas urbanas. As províncias com maior incidência de uniões polígamas são Kwanza-Sul e Bié, ambas com 29%. Já nas províncias da Huíla (3%), Namibe (7%) e Luanda (10%), a prática é menos expressiva.
Os dados lançam luz sobre a persistência da poligamia em diferentes regiões do país e apontam para um fenómeno mais enraizado do que muitos admitem publicamente.
