FORÇA AÉREA NACIONAL
Cerca de 180 militares da Força Aérea Nacional (FAN), formados no Centro de Instrução de Tropas da Força Aérea (CITFAN), em Saurimo, província da Lunda-Sul, afirmam ter sido injustamente dispensados antes de completarem os três anos obrigatórios do Serviço Militar Obrigatório (SMO).
Segundo os relatos, após seis meses de recruta e quase ao fim de um curso de especialização, foram surpreendidos com uma ordem de licenciamento por “redução de pessoal” — sem qualquer explicação oficial ou critério transparente.
Os ex-militares sentem-se desrespeitados e traídos, dizendo que todo o seu esforço, disciplina e patriotismo foram ignorados. Muitos aguardam desde 2019 por uma reintegração prometida que nunca se concretizou. Não foram transferidos para a Polícia Nacional nem reintegrados na FAN, o que os deixou numa espécie de “limbo institucional”.
A Inspeção Geral das Forças Armadas Angolanas (FAA) reconheceu que os mesmos não deveriam ter sido afastados e que o processo de reenquadramento era o mais justo. No entanto, o Comando da FAN nunca deu respostas nem apresentou soluções concretas.
Os afetados denunciam a ausência de comunicação e apoio por parte das autoridades e relatam viver com frustração, insegurança e pressão familiar por respostas que não têm. Apesar da dor e da espera, muitos garantem que não desejam gerar conflitos — apenas querem servir o país com dignidade, justiça e respeito.